Eron Pereira Advogados • 18 de julho de 2025

Quando vale a pena entrar com uma ação de revisão de contrato habitacional?

Quando vale a pena entrar com uma ação de revisão de contrato habitacional

Vale a pena entrar com uma ação de revisão de contrato habitacional quando há cláusulas abusivas, juros excessivos, cobrança de encargos indevidos ou desequilíbrio evidente nas prestações do financiamento.

O contrato habitacional deve ser revisado judicialmente quando há evidência de cláusulas abusivas, cobrança de juros superiores à média de mercado, capitalização mensal de juros não informada ou encargos ocultos que geram desequilíbrio contratual. Financiamentos pela Tabela Price, por exemplo, frequentemente acumulam valores distorcidos ao longo do tempo devido à forma de cálculo dos juros.


Além disso, contratos firmados com bancos públicos ou privados, especialmente em programas como o SFH (Sistema Financeiro da Habitação), podem conter cláusulas de reajuste vinculadas a índices econômicos incompatíveis com a realidade financeira do consumidor. Quando a prestação se torna impagável ou o saldo devedor não reduz apesar dos pagamentos, é sinal claro de que algo deve ser revisto judicialmente.


A ação revisional permite restabelecer o equilíbrio entre as partes, garantindo que a cobrança esteja dentro dos limites legais, conforme o Código de Defesa do Consumidor e princípios da boa-fé contratual.


É necessário estar inadimplente para ajuizar a ação revisional?

Não é necessário estar inadimplente para entrar com uma ação de revisão de contrato habitacional. O ajuizamento pode ocorrer mesmo com os pagamentos em dia, desde que o consumidor identifique abuso contratual ou desequilíbrio econômico relevante. Essa postura preventiva, inclusive, é bem vista pelo Judiciário e demonstra boa-fé do mutuário.


Muitos clientes procuram o Judiciário para evitar que a dívida se torne impagável ou que haja execução do contrato, como leilão do imóvel por inadimplemento futuro. Nesses casos, o consumidor pode até requerer liminar para suspender cobranças indevidas ou impedir medidas constritivas, mantendo a posse do imóvel até o julgamento final.


A revisão contratual não deve ser vista como medida desesperada, mas sim como instrumento legítimo de defesa contra abusos bancários ou cláusulas desproporcionais que ferem os princípios da equidade e da transparência.


Quais cláusulas abusivas costumam ser questionadas na Justiça?

As cláusulas mais questionadas judicialmente são aquelas que impõem capitalização mensal de juros sem previsão expressa, taxas administrativas embutidas, comissões de permanência cumuladas com juros de mora, reajustes atrelados a índices não pactuados e obrigações desproporcionais em caso de atraso.


Muitas vezes, o contrato apresenta cláusulas de difícil interpretação para o consumidor médio, com fórmulas que favorecem o credor e dificultam o amortecimento real da dívida. Nessas situações, o juiz pode determinar a revisão do saldo devedor, a reformulação das prestações futuras e até mesmo a devolução de valores pagos a maior.


O Código de Defesa do Consumidor garante que os contratos devem ser redigidos de forma clara e equilibrada. Quando há abusividade evidente, a cláusula pode ser considerada nula, com base no artigo 51 da referida norma.


Quais documentos são necessários para entrar com a ação de revisão?

Para ingressar com uma ação revisional de contrato habitacional, o consumidor deve apresentar: cópia do contrato assinado, extrato de evolução da dívida, comprovantes de pagamento das prestações, documentos pessoais, comprovante de residência e, se possível, simulação do saldo devedor com e sem os encargos abusivos.


Esses documentos permitem ao advogado elaborar uma petição inicial sólida, com cálculos preliminares e fundamentos técnicos que sustentam o pedido de revisão. Em muitos casos, é necessária a realização de perícia contábil judicial, o que exige uma boa fase de instrução processual.


Quanto mais completo o conjunto de provas, maiores as chances de obtenção de liminar para suspender cobranças indevidas e de uma sentença favorável ao reequilíbrio do contrato.


A revisão pode reduzir o valor das parcelas ou do saldo devedor?

Sim, a ação revisional pode resultar na redução do valor das parcelas mensais, na diminuição do saldo devedor total ou na exclusão de encargos considerados ilegais. Isso ocorre quando o juiz reconhece que houve prática abusiva por parte do banco ou que o contrato violou o princípio da equivalência entre as prestações e contraprestações.


Com a exclusão de juros compostos não pactuados ou taxas disfarçadas de encargos administrativos, o valor da dívida pode cair significativamente. Também é comum que o juiz determine a devolução dos valores pagos indevidamente nos últimos cinco anos, com correção monetária e juros.


Esse tipo de revisão representa uma solução concreta para famílias que enfrentam endividamento crescente, sem perspectiva de quitação do financiamento em condições justas.


Quanto tempo leva um processo de revisão de contrato habitacional?

O tempo médio de um processo revisional varia entre 12 a 36 meses, dependendo da complexidade do contrato, da carga do Judiciário local e da necessidade de produção de provas, como perícia contábil. No entanto, é possível obter liminar logo no início para suspender cobranças abusivas ou travar medidas de execução.


Durante o processo, o consumidor continua com a posse do imóvel e pode fazer o depósito judicial das parcelas que entender como corretas, demonstrando boa-fé e o interesse em manter o contrato em condições equilibradas.


Contar com um advogado especializado é essencial para agilizar o andamento, cumprir corretamente os prazos e garantir que os pedidos estejam bem fundamentados desde o início.


Precisa entrar com uma ação para revisar seu financiamento imobiliário?

O escritório Eron Pereira Advogados é especializado em revisão de contratos bancários e habitacionais, com atuação estratégica para reequilibrar cláusulas abusivas, reduzir parcelas e proteger o patrimônio do consumidor. Trabalhamos com análises técnicas, cálculos e ações judiciais seguras.



Se o seu financiamento está pesando no seu orçamento ou se você desconfia de abusos contratuais, entre em contato com nossa equipe. Oferecemos atendimento técnico, humanizado e comprometido com a defesa do seu imóvel e da sua tranquilidade financeira.

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